A luta dos trabalhadores salvou a empresa

Vitória exemplar na <i>Cerâmica Valadares</i>

Os tra­ba­lha­dores da Cerâmica Va­la­dares con­se­guiram levar a ad­mi­nistração a firmar um acordo que ga­rante o pa­ga­mento dos salários em dívida.

Só lu­tando é pos­sível vencer

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Com uma enorme ale­gria, os ob­jec­tivos al­can­çados por com­pleto e gri­tando «a luta con­tinua» para sa­li­entar que con­ti­nu­arão vi­gi­lantes, ter­minou, na tarde de se­gunda-feira, com a aber­tura dos por­tões da fá­brica, a luta dos tra­ba­lha­dores da Cerâmica Va­la­dares, após a ob­tenção de um acordo que ga­rante a ma­nu­tenção dos postos de tra­balho e a con­ti­nu­ação da em­presa.

No fim da manhã de se­gunda-feira, Fá­tima Mes­sias, di­ri­gente da Fe­de­ração Por­tu­guesa dos Sin­di­catos da Cons­trução, Ce­râ­mica e Vidro, anun­ciou que a ad­mi­nis­tração tinha ce­dido e fir­mado um acordo onde se com­pro­meteu pagar o sa­lário de Ja­neiro até dia 20, e o de Fe­ve­reiro no fim deste mês. Também ficou acor­dado que vão ser pagos os dias de pa­ra­li­sação e a ad­mi­nis­tração não exer­cerá quais­quer re­pre­sá­lias sobre os tra­ba­lha­dores que lu­taram du­ra­mente pelos seus di­reitos.

A luta saiu vi­to­riosa após os tra­ba­lha­dores terem cum­prido duas se­manas de vi­gília per­ma­nente, à chuva e ao frio, dia e noite, di­ante da fá­brica, e após uma des­lo­cação a Lisboa, ao Mi­nis­tério da Eco­nomia, onde re­cla­maram a in­ter­venção do Go­verno.

Num ple­nário que en­cheu por com­pleto o Ci­ne­te­atro Brasão em Va­la­dares, na vés­pera da reu­nião com a ad­mi­nis­tração, os tra­ba­lha­dores apro­varam por una­ni­mi­dade a pro­posta rei­vin­di­ca­tiva que os seus re­pre­sen­tantes de­fen­deram no dia se­guinte.

Sa­tis­feitas todas as suas rei­vin­di­ca­ções, os tra­ba­lha­dores de­ci­diram, então, noutro ple­nário, na fá­brica, des­blo­quear as en­tradas e saídas de ma­te­riais da fá­brica, com­pro­me­tendo-se a re­gressar nor­mal­mente ao tra­balho, an­te­ontem, man­tendo-se vi­gi­lantes quanto ao cum­pri­mento do acordo.


Ven­cida a prepotência pa­tronal

 

Esta vi­tória «é por­ta­dora de con­fi­ança no fu­turo da Cerâmica Va­la­dares, mas não só», con­si­derou a Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto (DORP) do PCP, num co­mu­ni­cado emi­tido se­gunda-feira, onde saúda fra­ter­nal­mente todos os tra­ba­lha­dores que lu­taram por este re­sul­tado.

Para a DORP do PCP, esta luta voltou a de­mons­trar como, «com uni­dade e de­ter­mi­nação, os tra­ba­lha­dores são mais fortes do que a pre­po­tência do pa­tro­nato». «Muitos tra­ba­lha­dores que en­frentam di­fi­cul­dades nas suas em­presas po­derão cons­tatar que vale a pena lutar», sa­li­entou a or­ga­ni­zação re­gi­onal do Par­tido.

No dia 10, a CDU, na As­sem­bleia Mu­ni­cipal, acusou a Câ­mara Mu­ni­cipal de Gaia por, nos úl­timos quatro anos, nada ter feito para ga­rantir os postos de tra­balho e até ter con­tri­buído para que os ter­renos da fá­brica re­ver­tessem para a es­pe­cu­lação imo­bi­liária.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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